Dando prosseguimento a campanha Palco HSBC apresentada no último Post, nosso próximo tema será Jogos Olímpicos. Quem acompanha o Contraditorium sabe de meus questionamentos, dados nossos… err.. resultados. E você? Participe, use a caixinha do lado e responda: “qual o real benefício de ganhar uma medalha olímpica?”
Vamos trazer essa discussão dos comentários para o post principal, como fizemos com a pergunta de semana passada: “Quanto a tecnologia já mudou seu mundo?”.
E por falar nela, a seguir temos algumas das melhores respostas, e meus comentários. Participe, o palco é seu.
O Vinny, do Rio de Janeiro diz:
Falar de tecnologia hoje é complicado, porque ela faz parte integral de minha vida, seja no trabalho ou no lazer, na administração do meu dinheiro ou no cuidado de minha saúde. Mas eu acredito que o maior impacto tenha sido em algo muito mais humano: conhecer pessoas.
Através principalmente da internet eu conheci gente de todo o Brasil e até de outros países: de que outra forma eu conseguiria os selos comemorativos da Nova Zelândia quando foi lançado “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”? ;)
Verdade. Quem fala que tecnologia isola as pessoas provavelmente nunca teve contato com nada da área, ou então já era anti-social de nascença. Eu nunca saí tanto, conheci tanta gente e conheci tantos lugares, desde que me meti nesse tal de mundo online.
O Marcelo Velloso, de São Paulo diz:
Essa geração nossa precisa morrer inteira para que a humanidade possa usar ao maximo a tecnologia ja hoje existente… e vai ser assim sempre, a geração presente não conseguirá nunca usar a tecnologia presente, nós criamos coisas muito adiante do nosso proprio tempo! Nós inventores de tecnologia pensamos muito mais em deixar um legado do que
em fazer coisas simples que sejam acessíveis e úteis hoje!
O nome disso é vício. A gente tenta usar a tecnologia nova mantendo as atitudes antigas. Já vi gente economizando foto em câmera digital, como se fosse de filme. Emails são seguidos de telefonemas “recebeu meu email?”.
Já está surgindo uma geração que não sabe o que é viver sem banda larga, hoje um videogame sem conexão Internet é um videogame aleijado. Antigamente um videogame por si só era uma maravilha tecnológica.
Darwin é Deus: Adapte-se ou morra. Eu prefiro continuar me maravilhando, ao invés de ficar chorando “ah no meu tempo era melhor”. Não era. Não tinha Bit Torrent nem RedTube.
Kadydja Albuquerque de Aracaju diz:
Mudou tudo. Sou uma imigrante digital que encontrou espaço para se expressar como tantos outros seja através da internet ou do celular. A tecnologia transformou o meu dia e me possibilitou viver o mundo com todas as suas potencialidades. Estamos mais perto das pessoas que amamos e que estão longe. Vivemos um mundo mais democrático quando o assunto é liberdade de expressão.
Funciona assim: Um blog no blogspot se cair no gosto popular irá atrair milhões de visitantes, uma campanha articulada no Twitter pode ameaçar até o Governo do Irã. Vivemos uma geração Big Brother, mas onde o Big Brother somos nós.
Ricardo Crispim, de São Paulo diz:
Tecnologia está sendo a escada para minha ascensão social e integração cultural. Morador da periferia de São Paulo minha pauta de conversas foge totalmente do meio em que vivo, pois além do interesse técnico pela profissão de Analista Programador que exerço, vivencio a Internet como meio de comunicação me inteirando de todos os assuntos relevantes
do momento, do último vídeo viral à crítica a propaganda velada em mídias sociais, tudo me fascina e permite o diálogo com qualquer pessoa moderna da sociedade, mesmo tendo como vista da janela de casa o Hospital M’ Boi Mirim.
“ascensão social e integração cultural”. Tive um ex-cunhado que começou como digitador. Quando percebi ele já estava como especialista de tecnologia em uma das grandes indústrias do Brasil, viajando para o exterior, gerenciando redes, etc. Em menos de 1 ano. Não fosse tecnologia, computadores e CURIOSIDADE, ele hoje no máximo seria balconista de locadora.
Vanda Trentino, de São Paulo diz:
A maravilha da tecnologia me mostrou, provou e até obrigou viver uma paixão sem olhos nos olhos,sem cheiro, sem ouvir a voz e mesmo assim os orgasmos foram reais.
O contato via Internet não proporciona a parte física mas dá… INTIMIDADE. Quando se chega às vias de fato tudo corre mais naturalmente, tanto na parte da safardanagem como na parte da amizade. É fascinante isso, o quanto podemos conhecer intimamente alguém sem nunca ter tido qualquer contato físico presencial.
Fernando Biagini Junior, de Lauro de Freitas (Bahia) diz:
Comecei a jogar RPG, conheci os meus melhores amigos, e passei a ter interesse por tramas de suspense e mistério; por causa desse interesse, dei atenção ao seriado LOST, que passava na Globo; devido à fixação pela série, acessos à blogs sobre o show se tornaram rotina.
Conversando com um colega de trabalho sobre blogs, ele me falou sobre um tal de “Meiobit”. Por causa do singelo site de tecnologia, dei início à leitura diária de post de um rapaz chamado Carlos Cardoso, que também era dono do “Contraditorium”.
Queria começar a escrever. Utilizei o oráculo para me indicar um
mentor. Encontrei o Dicas blogger e o Blosque. Criei o meu blog, e o sucesso deste é o meu grande objetivo.
É realmente interessante saber que a TV não cria somente meninos sem imaginação.
A televisão é apenas uma ferramenta. Você pode se alienar ou usá-la como base de sua educação. Não é preciso ficar vendo MTV o dia inteiro (isto é, se alguém ainda assistisse MTV). Dá pra aprender muito no Discovery Channel, no History, Animal Planet, GNT, etc. Muito, muito do que sei hoje aprendi com a TV. Ela não forma alienados, alienados nascem prontos. A TV ensina o que queremos aprender. Pode ser Dança do Créu, ou pode ser a valorizar conceitos como Justiça, Verdade, Honra e Lealdade.
o Rafael, de São Paulo diz:
Tecnologia em geral, me fez ter acesso mesmo que por meio ilícitos (downloads ilegais :D) a diversos conteúdos que eu sempre tive vontade mas não podia bancar, por exemplo, sempre tive vontade de ter assinatura de alguma TV a cabo (sim na época era cabo) para ter acesso a seriados, desenhos , filmes , documentários e tudo mas. Mais havia os obstáculos de na minha região dificilmente tinha sinal, e os que tinham
eram muito caro, enfim com um pentium da vida e uma internet meia boca de míseros 200k , o que eu pagava praticamente um terço em uma assinatura de tv a cabo, eu conseguia mesmo com um tempo enorme de download, acesso a filmes, seriados e tudo mais que eu sempre quis desfrutar, fora que com o acesso a internet, a quantidade de informação que eu obtive foi sensacional quem diria que eu aprenderia um inglês
básico, mas com um entendimento razoável só com informações contidas na internet.
Há um entendimento que download para consumo próprio de séries de TV não é crime. Nos EUA praticamente todos os seriados estão disponíveis para download ou streaming, o que fazem é bloquear para o resto do mundo. Só que da mesma forma que a Natureza sempre acha um caminho, em Jurassic Park, os fãs IRÃO assistir as séries que gostam.
Curiosamente os “espertos” são minoria. Tendo um serviço acessível, preço atraente e facilidade de uso, todo mundo compra. Vide iTunes, nos EUA.
Guilherme Reis, de BH diz:
A Tecnologia me proporcionou mais tempo livre no dia a dia. Ao
contrário do que muitos pensam, que a tecnologia afasta pessoas, eu tenho mais tempo para passar com amigos e família. Não vou ao Banco, faço tudo pela internet. Não gasto horrores com telefonia, utilizo o notebook ou PDA. Não assino mais jornal, mantenho-me informado pela internet. E muitas outras coisas!
Tecnologia gerando tempo livre? No meu caso me livra de várias tarefas e cria outras. para quem é extremamente dispersivo, a Internet é um inferno ;)
O Geraldo, de Goiânia diz:
Ontem no McDonalds, outra surpresa desagradável. EU q tive q passar o cartão e dizer os 4 últimos números do cartão pra mulher do caixa
Já pago anuidade pra isso. Ela recebe salário pra isso. Já n bastava ter q trabalhar pros bancos, indo em auto-atendimento. Pô, pago taxas!
O q eu fiz? Reclamei com a atendente, pra espanto duma amiga. Brasileiro tem mania d engolir sapo calado. EU n jogo neste time #reclamomesmo
Os três parágrafos acima foram postados hoje, no twitter. Ao menos consegui desabafar e denunciar, em segundos, para 50 pessoas (que me seguem). Assim a tecnologia muda minha vida: sinto-me lesado e tenho mais facilidade para reclamar e promover discussões sobre tais
questões. Esta ferramenta aqui é outra coisa que nos possibilita isso.
Esse é um dos problemas da Internet, dá espaço até para reclamações infundadas. Sério, você acha complicado passar o cartão no leitor e digitar os 4 últimos dígitos? Se sente lesado? Sou forçado a concordar.
O Aécio Santos, de Recife diz:
Eu sou do tempo que telefonar usando um aparelho portátil era coisa de seriado da TV. Alguns podem lembrar do agente 007 que usava o seu sapato para fazer ligação, girando o solado para discar o número, ou ainda aquela máquina de escrever onde se datilografava no monstrinho, é parece estranho, mas, antigamente se datilografava e não digitava, e depois de um simples processo de pegar uma fitinha cheia de furinhos colocar e prender do outro lado (tarefa essa que não era nada fácil) e
como um passe de mágica a correspondente máquina monstro do outro lado começava a datilografar sozinha. Na época já era coisa de outro mundo, e olha que estou falando de uns 20 anos pra cá. A tecnologia é maravilhosa, o grande problema é que cada vez mais ela oferece facilidades que incorpora ao nosso cotidiano e não conseguimos mais nos livrar.
A ausência do DELETE em teoria faria com que nossos textos ficassem melhores, mas na prática não influiu. Quem escrevia bem escreve bem com computador, quem escrevia mal continua escrevendo mal.
Lembro que um monte de educadores, filósofos e sociólogos previa a Era Dourada da Escrita, com o email fazendo toda uma geração voltar a escrever. Aí veio o Miguxês e desandou tudo. A qualidade dos textos piorou, escrever errado deixou de ser motivo de vergonha, virou motivo de orgulho.
Eduardo Fettermann, de Itaperuna (Rio) diz:
Não tão radicalmente quanto eu gostaria, mas já salvou a minha vida. Se não fosse um SMS para uma amiga, o assalto em massa que aconteceu no meu prédio teria acabado em tragédia. Fora as grandes amizades feitas por ‘n’ meios na Internet. Diria que a tecnologia me livrou de um assalto e me tornou uma pessoa mais sociável.
NÃO TÃO RADICALMENTE? Caramba, você esperava o quê, carros voadores? Acho que seu exemplo foi o mais assustador e… efetivo, isso sim.
O Lucas Schirm, de BH diz:
Caminhar com um andar mais macio, entrar no ônibus, ir a uma distância 20km em 30 minutos, descer do ônibus, ir até a padaria, comprar o pão sem ter dinheiro, ir até uma porta, apertar um botão e em questão de segundos a porta se abre, sem ninguém para lhe receber, subir 30m em menos de um minuto, sentar e saber o que o cardoso que esta a sabe-se
la quantos km de mim acha da twittes, saber que um filme novo do tarantino começou a ser produzido e que a gata da minha tia cótinha, do interior de minas, teve 6 filhotes em menos de 1 minuto após ter ligado meu computador.
Trabalhar em um novo projeto enquanto converso com um cliente de outro país, ouço música, tomo meu café e acabar de descobrir que o cardoso tem uma aranha enorme em sua casa, tudo ao mesmo tempo.
Levantar, descer os mesmos 30m em 1 minuto enquanto pergunto para todos os meus amigos ao mesmo tempo aonde será degustada a cachaça esta noite.
Caminho um pouco, levanto o braço e para um carro, digo aonde quero ir, e enquanto isso já aviso a todos que estou a caminho do mais novo butequim de Belo Horizonte, logo ali, na savassi.
Vou caminhando em direção a porta e ela se abre sozinha, poxa, nem soltou um suspiro de felicidade, eu ficaria feliz em poder abrir passagem para quem estivesse entrando ou saindo, mas enfim, talvez ela esteja triste hoje.
Sento com meus amigos e depois de algumas horas pago minha conta, sigo caminho para casa, tomo meu banho quente, utilizo um sabonete perfumado um shampo para a tonalidade exata do meu cabelo, deito em minha sala, aperto um botão e termino de ver todas as notícias do dia.
E assim a tecnologia mudou todo o meu dia, quem dirá o meu mundo, não é mesmo?
Hoje percebi uma coisa: Todos os radicais inimigos da tecnologia, pode ver: Nenhum deles se recusa a usar óculos. Ou seja: Tecnologia conveniente vale? Pois bem; FOGO é tecnologia. Pedras lascadas amarradas em varas são tecnologia.
Do ponto de vista filosófico não há diferença entre uma bomba nuclear e um arco-e-flecha. Entre um trator e um arado egípcio de 4 mil anos.
Um dos meus objetivos neste texto era ver se alguém fazia o que você fez; prestar atenção na tecnologia do dia-a-dia, sem nada de extraordinário, mas que substitui algo tão fundamental quanto escadas.
Diego de Carvalho, do Rio, diz:
Espero que essa morra e que venha uma melhor depois.❞
Tenho 17 anos e minha vida mudou monstruosamente por causa da tecnologia. Quando pequeno fiz catequese, ia à missa invariavelmente todo domingo e logo depois ia a feira comprar jogos de PS1 com o meu pai. O grande contato com a tecnologia e com a informação fácil (e rápida, diga-se de passagem) me mudou radicalmente. Hoje sou ateu, minha maior diversão é provar que religiosos estão errados e são contraditórios (como minha mãe que acredita em Deus, é Kardecismo e vai ao centro de umbanda da minha avó… Ela diz que a Umbanda é para falar
com os espíritos do Kardecismo, ou algo assim. Ou seja, é um telefone para o além). Claro, isso é só com religiosos que tentam provar que estou errado, respeito o quintal do vizinho até onde ele respeita o meu. Nunca mais comprei um único jogo de PS1 pirata – Torrent tai pra isso, óbvio.
Mas, a meu ver, essas mudanças não foram tão enormes assim quando comparadas com uma outra maior. Antes eu já tinha o meu pezinho atrás em acreditar em qualquer coisa que envolvesse religião, mas de tanto ver em blogs pessoas que vieram do nada e ganham importância online simplesmente por manifestar opiniões (de forma bem embasada) muito parecidas com as minhas, eu comecei a ter mais coragem de abrir a boca
pra perguntar “por que?” e esperar alguma resposta mais desenvolvida do que “porque sim” ou “porque Deus quis”. Isso não com relação só a religião, com relação a tudo, desde “por que eu não posso ver TV até tarde?” quando eu era menor, até “por que tenho que me alistar?” hoje.
Graças à tecnologia eu me tornei mais confiante, mais corajoso, fui perdendo o medo de ser eu mesmo.
E uma coisa todos podem ter certeza absoluta; não desejo vida longa a nenhuma tecnologia. Espero que essa morra e que venha uma melhor depois. ;]
Meus parabéns, você está dando os primeiros passos em direção a um mundo mais amplo. Lembre-se que não só dogmas religiosos devem ser questionados. TODAS as verdades vendidas como absolutas precisam desse tipo de ceticismo.
o Rodrigo Maranhão, de São Luis diz:
livros e seus contos da terra do nunca. ❞
Como um analista de sistemas ficaria fácil para mim, declarar sobre juras de amor eterno a minha paixão pela tecnologia. Podeira, através de algorítimos com seus vetores e sucessões de loops amarrar a minha rotina a uma dedicação espartana pelo “laboro” que me sustenta se não fosse por um porém, sou um pecador. Peco contra os Bytes e seus superlativos quando entrego-me a luxúria das palavras e seus “bordéis textuais”. Desde que me entendo por “gente”, vivo em matrimônio com a
tecnologia mais me perverto entre livros, revistas, blogg’s e twitter’s da vida suspirando entre cada texto e postagem. Cresci na em meio a videogames, computadores, televisores. Vi surgir o celular (e quase o vi desaparecer de tanto que diminuiu o tamanho). E-mail já é quase um documento. Geladeira já é quase da família (até avisam quando estão vazias). Grande parte das pessoas tem mais coisas no seu PenDrive que
na própria cabeça. Brincar de pega-pega virou lenda, a onda do momento e MMORPG (se eu não fosse da área perguntaria “se come isso com farinha?”) Mesmo com tudo isso, mantive-me apaixonado pelos livros e seus contos da terra do nunca. Nesse conflito, deitei-me com ambas durante toda a minha vida e hoje, minhas amantes aguardam, entre rápidas escapadelas, o dia em que não mais precisarão esperar pelo nosso reencontro. Até que chegue esse dia, sigo entre minhas análises garantindo o pão de cada dia e em outros momentos encontro-me em meio a esse cabaré.
AHahhahahah Ó Senhor, Como São Ingênuos Esses Mortais, para citar Sandman. Meu caro gafanhoto, você dissocia livro de tecnologia, mas junto com o fogo a escrita é talvez uma das mais fundamentais ferramentas tecnológicas já criadas. Por ser antiga e totalmente parte do dia-a-dia ela não deixa de ser tecnologia.
Dito isso, meus livros ainda são meus bens mais preciosos.
O Michel Ribeiro, de Belém diz:
Há uns anos atrás jamais imaginaria abrir uma porta com a digital do meu dedão. Eu que fiz curso de datilografia almejando um futuro promissor, hoje me vejo empilhando textos e mais textos num mero equipamento de 13 polegadas que levo para onde for. Lembro de marcar hora para atender um telefonema em casa ou de usar fichas num orelhão.
Os celulares eram algo de outro mundo, hoje eu tenho o mundo num celular dentro do meu bolso.
Eu mandava cartas perfumadas, hoje mando e-mails em vídeo. Eu me arriscava para ver a janela de uma amada, hoje eu busco o seu profile numa rede social. As TVs eram enormes caixas pretas, hoje parecem quadros com controles remotos. A tecnologia muda nossos hábitos e costumes sem ao menos percebermos e só vamos nos dar conta disso olhando para o nosso, saudoso, passado.
Eu adoro meu passado, ele me fez o que sou hoje, mas não o reverencio. Não há nada de saudoso em ter que depender de telefonistas para agendar um DDD. Até hoje temos a impressão de que telefonemas interurbanos custam fortunas; da mesma forma, viajar de avião sempre foi coisa de rico. Muita gente se prende a essa imagem.
Voltei de São Paulo essa semana, do meu lado uma senhora velhinha, pretinha, humilde como personagem de Jorge Amado. Eu a ajudei a colocar o cinto, ela estava tão envergonhada e deslocada que não emitia uma palavra. Sem dúvida era seu primeiro vôo.
Sem dúvida era uma visão assustadora para os que tentam ser baluartes da tecnologia, posando de cool e modernos, mas que se sentem pessoalmente ofendidos se a plebe ignara se atreve a usar os mesmos recursos.
Sem dúvida a tecnologia venceu, pois não considero uma vitória quando apenas geeks utilizam uma tecnologia. Vitória mesmo é quando ela é usada e usufruída por gente que não tem a mínima idéia de como a tecnologia funciona.