❝Uma garotinha tinha que levar pão e leite para sua avó. Enquanto caminhava pela floresta um lobo surgiu e perguntou aonde ela estava indo.
“Para a casa da vovó.”
O lobo correu e chegou à casa primeiro. Então ele matou a vovó. Colocou seu sangue em uma garrafa e fatiou sua carne num prato. Depois vestiu sua camisola e esperou na cama.
Toc, toc.
“Entre, minha querida.”
“Eu trouxe leite e pão para a senhora, vovó.”
“Coma alguma coisa, querida. Tem carne e vinho na despensa.”
A menina comeu o que lhe foi oferecido. Enquanto se alimentava um gatinho disse:
“Meretriz! Está comendo a carne e bebendo o sangue de sua própria avó!”
Então o lobo disse:
“Dispa-se e venha para a cama comigo.”
“Onde coloco meu vestido?”
“Jogue na lareira. Não vai mais precisar dele.”
Para cada peça de roupa, anágua, corpete, meias, a garota perguntava a mesma coisa, e o lobo respondia:
“Jogue na lareira. Você não precisará mais disso.”
Quando a menina se deitou na cama, disse:
“Vovó… como a senhora é peluda.”
“É para me manter aquecida, minha querida.”
“Oh, vovó, que unhas grandes a senhora tem.”
“São para me coçar, minha querida”
“Oh, vovó, que dentões a senhora tem.”
“São para te comer, minha querida”
E ele a devorou.❞
A história acima é uma das versões mais antigas de Chapeuzinho Vermelho, no folclore europeu, recontada por Neil Gaiman em Sandman. Quando Charles Perrault e os Irmãos Grimm começaram a compilar histórias tradicionais muita coisa foi amaciada, as lições de moralidade foram trocadas por finais felizes, mas se você acha que a versão “atual”, em que o lobo come a vovó, mas é salva por um caçador que mata a fera e abre sua barriga já é “certinha” demais, sente-se.
Há gente que considera mesmo os contos de fadas modernos politicamente incorretos. Aquela idéia besta de fazer uma versão “correta” de atirei o pau no gato é pinto perto do que um grupo de mal-trepados está fazendo.
Essa gente está reescrevendo contos de fadas sob uma visão politicamente correta, ambientalmente responsáveis e respeitando os bichinhos, nossos amiguinhos.
De lições morais extremamente práticas “não fale com estranhos, respeite seus pais, não ande sozinho na floresta” esses memes (Leia Dawkins) estão sendo transformados em peças de propaganda de ecochatos.
Na versão politicamente (muito) correta de Chapeuzinho Vermelho, por Agnese Baruzzi e Sandro Natalin o lobo é espantado, fugindo ileso. Fica amigo da Chapeuzinho Vermelho, descobre alimentação saudável e passa a comer cenouras cozidas.
CARALHO, eu vou dizer uma vez só:
LOBOS SÃO CARNÍVOROS.
Ecochatos querendo expandir sua moralidade para outras espécies merecem ser jogados em covas com essas outras espécies, para que as convençam a comer cenouras, não ecochatos.
Conclusão: Saímos de lendas morais com um propósito prático específico para histórias amaciadas mas ainda com lições a aprender e caímos numa esparrela politicamente correta onde nada de mau acontece com ninguém e em nome da bondade justiça e fraternidade universal animais abrem mão de suas características mais básicas.
Parem o mundo, eu quero descer.