Jessica Rabbit Mostra a Cobra e Mata a Pau

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Roger_and_Jessica_RabbitNo único filme animado de Robert Zemeckys que não cai no Vale da Estranheza em uma cena o detetive Eddie Valiant pergunta a MAAAARAVILHOSA Jessica Rabbit o quê ela havia visto no Roger. Afinal qual a lógica de uma dona toda boa estilo pin-up de Hollywood casar com um coelho?

“Ele me faz rir”

Diversão é fundamental. RIR é essencial, o pequeno senso de deslumbramento do dia-a-dia, quando vemos uma notícia curiosa, uma imagem impressionante é algo que funciona como um pequeno empurrão, passa a idéia de que o Mundo é um lugar, apesar de tudo, legal.

Por isso a Internet tem sido uma Renascença pros Faits Divers, o estilo de jornalismo descompromissado dos grandes acontecimentos comuns a tabloides e órgãos menores. E pras sessões que os grandes jornais chamam de “cotidiano”. No G1 há o “Planeta Bizarro”, uma das seções mais populares, com matérias como “Casa que se assemelharia aos traços da face de Hitler vira sensação na web” e “Dona pinta cadela para animal ficar parecido com tigre”.

Como uma matéria dessas consegue tantos leitores? Simples: É entretenimento. É algo que não tem pretensão nenhuma, sequer de informar algo relevante. Pessoas leem essas notícias pelo mesmo motivo que prostitutas fazem sexo com os namorados: É divertido e não é obrigação.

Sexta-Feira uma cobra egípcia muito venenosa fugiu do Zoológico do Bronx. A Notícia saiu em alguns sites, e logo um palhaço criou… o Twitter da Cobra.

 

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Neste momento a Cobra tem 151.309 seguidores no Twitter. A conta foi criada Sexta-Feira. O Zoológico do Bronx, que é bem mais antigos, tem… 8 mil seguidores.

Isso é ruim, certo?

Não necessariamente.

O fenômeno instantâneo é BEM interessante e pode render bons frutos, mas no geral esses picos nada mais são que a versão Twitter dos 15 minutos de fama de Andy Warhol. Não importa se você tem centenas de milhares de seguidores por causa de algum evento midiático. Importa é que esses seguidores se mantenham. Em um episódio de 30 Rock ilustraram o fenômeno de forma brilhantemente didática: O ex-namorado da Liz Lemon salvou meio que por acaso um sujeito que caiu nos trilhos do metrô e foi aclamado herói. Só que em alguns dias o ciclo das notícias se renovou e ele tentou manter a posição de salvador da pátria, com resultados cômicos.

No mundo real (ou pelo menos no televisivo) acontece isso direto. Quantos ex-BBBs  não se vangloriam de ser… EX-BBB? A ÚNICA coisa que fizeram de relevante na vida foi participar de um programa de TV, hoje há gente do BBB 2 ou 3 (sei lá) AINDA se vendendo como… EX-BBB. Se pesquisar a periferia televisiva verá que há um monte de gente especializada em ordenhar até a última gota o sucesso passageiro.

O problema é que o mundo é MUITO cruel e não dá a mínima para ex-pseudo-quase-celebridades. Vide o Garoto do Balão, que mobilizou a Internet e a mídia por uma tarde inteira em 2009, e hoje a conta fake mais popular do personagem tem 1000 seguidores.

Existe gente que se foca tanto na busca pela fama que esquece que é preciso um trabalho por trás disso, sob o risco de virar uma Geisy da vida. Manipulada pela Máquina da Fama, caiu no esquemão de festas, programas e jurados de show de calouros. Na falta de real talento ela irá passar pelas emissores menores (já está na Rede TV) e logo chegará aos bailes de subúrbio. No final lamentará de forma amarga a perda de uma popularidade por si só efêmera, sem perceber que aparecer é fácil, se manter é complicado. Tem que ser cobra criada.


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