Depois de dar espaço para Jair Bolsonaro e indiretamente ajudar a reaproximar o Brasil dos ideais nazifascistas de 1936 o CQC resolveu baixar o tom, engavetou a próxima reportagem da Série, “Hitler, o Incompreendido” e retomou seu modelo tradicional, aporrinhar celebridades com “entrevistas” de humoristas formados pelo Instituto Universal Brasileiro.
A micropolêmica de ontem, que trouxe à tona toda a microrevolta dos microblogs foi a terrível agressão sofrida por… deixa ver o nome aqui. Rafael Cortez.
“Pauinho Vilhena GOSPE (sic) na cara de Rafael Cortez” foi o que li por aí. Chocante, isso não se faz, não é coisa de homem, bla bla bla.
Como normalmente esse tipo de agressão só existe dentro dos limites do mundo virtual, achei estranho. Mesmo no caso dos chatos profissionais, como o Repórter Vesgo do Pânico, a agressão sofrida é convencional. Homens não costumam agredir com cuspe, é um gesto que denota desprezo, quando uma situação de assédio constante desperta raiva.
Do ponto de vista psicológico se o Paulinho Vilhena estivesse de saco cheio do CQC ele teria dado uma porrada no Cortez, não uma cusparada.
Vamos então estudar o ocorrido. Aqui está o vídeo da Cusparada Que Mudou Porra Nenhuma:
Vejamos a transcrição:
[CORTEZ] Paulo, tudo bem, é o CQC, como vai, tudo jóia?
[CORTEZ] uma coisa, tem muito homem aqui, só homem nessa coisa, e todos lindos de morrer. Você não acha que a gente tem que quebrar esse mito de que homem tem que ser bonito,e ser mais macho que bonito?
[VILHENA] você acha?
[CORTEZ] Qual a coisa mais macha, louca que a gente pode fazer agora, dar um arroto, cutucar o nariz, dar uma coçada, uma escarrada?
[VILHENA] Podia cuspir na sua cara.
[CORTEZ] Manda, tenta!
[VILHENA] SPPLOOOOOOOOFTTTT
Não é preciso ser Cal Lightman para perceber que o entrevistado estava sem nenhuma vontade de falar. A pergunta como sempre segue a linha do Humor Internético, ofender sem ser engraçado. A resposta seca (sem trocadilhos) seria motivo para encerrar, mas o “repórter” insistiu.
O que vi ali foi um sujeito contrariado dando uma resposta atravessada, sendo desafiado e respondendo de acordo.
Imaginavam que depois de tudo o Vilhena diria o quê? “ah, brinks, estava sendo irônico, não ia cuspir não”? Vocês estão passando tempo demais na Internet. No Mundo Real se alguém fala que vai cuspir na sua cara e você diz “manda”, o cuspe é certo.
Quem não quer encarar essa realidade, pode e deve permanecer no twitter, no facebook, no orkut, onde as cusparadas são imaginárias. No Mundo Real não há teclado para se esconder atrás. Muita gente descobre isso da pior maneira, como o Cortez, ao imaginar que seu microfone, câmera e status serviriam de escudo. Tá na cara que não.