TV interativa é isso: Podcasts de produção

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Antigamente séries de TV e filmes eram um mistério. Vinham não se sabe de onde, o máximo que um fã podia fazer era mandar uma carta para a Globo. Que, em geral, não retornava com muita informação. Fã-Clubes eram uma iniciativa completamente unilateral.

Agora a tecnologia evoluiu a ponto das produtoras criarem blogs e podcasts para os fãs acompanharem e participarem do dia-a-dia de suas séries favoritas. Alguns chegaram ao requinte de criar podcasts sincronizados com episódios, uma adaptação inteligente do conceito de comentários em DVD.

Conseguir uma foto de divulgação era coisa rara, só depois de muita insistência.

Com o advento da Internet, Fãs começaram a disponibilizar sites sobre seus seriados favoritos. Como todo gigante, as emissoras não são muito rápidas, demoraram a entender o valor disso. A Paramount, inclusive, chegou a exigir que vários sites fechassem as portas, pois queriam que o portal Startrek.com fosse o único local da web disponibilizando material sobre Jornada nas Estrelas.

Claro que a Internet deu uma risada coletiva na cara deles. O Gênio saiu da garrafa, não há mais volta. É algo muito antipático exigir que um fã, que gosta muito mais da série do que os executivos da emissora, pare de demonstrar esse afeto, por questões de egoísmo de marca.

Note que não estamos falando de pirataria, mas de fãs que colocam a logomarca de seus shows nos sites, pesquisam e escrevem artigos sobre eles. Muitas vezes pagando do próprio bolso os custos de hospedagem dos sites. Ninguém nunca ficou rico fazendo um site de fã.

As cabeças mais inteligentes perceberam isso. George Lucas é ávido defensor de iniciativa dos fàs. A Lucasfilms banca os custos de hospedagem dos fanfilms de Star Wars, caso único na Internet onde o “homenageado” possibilita a divulgação de material que muitas vezes não é de seu agrado.

A Paramount aprendeu a lição, hoje sequer se mete em filmes de fãs, como o excelente Star Wreck.

A maioria das séries de TV hoje têm sites oficiais, fóruns, listas de discussão e material para download. Alguns disponibilizam “Fan Site Kit”, com logos, fontes e imagens para qualquer um iniciar um site de fã. Uma excelente virada, do tempo em que sequer aceitavam que alguém usasse o nome da série em um site “não-oficial”.

Sites como o do desenho South Park oferecem imagens para download, clipes de áudio e até cenas inteiras dos episódios. Sem custo, sem sequer a mesquinharia de alguns sites, como o da série Lost (que não assisto) na ABC, onde para chegar em uma simples galeria de fotos você é obrigado a assistir um anúncio. Desculpe, ABC, mas estamos na Internet, se eu não quiser ver a droga dos seus anúncios, pesquiso no Google e consigo as fotos que quiser.

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Tom Cruise não quer sair do armário – South Park Material de divulgação oficial,
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Podcasts e VideoBlogs
Algumas produções, como “Lost“, disponibilizam eventualmente material no formato de entrevistas, os viciados adoram, pois conseguem pequenas pistas do tal segredo de Lost.

Com os DVDs surgiu mais um conceito interessante, os comentários. Costumam fazer mais sucesso que os documentários. Em geral as seis horas de extras são muito repetitivas. Ver cinco vezes como uma mesma cena foi feita não é entretenimento, é sonífero. Já os documentários, principalmente quando são feitos por gente inteligente, valem ouro.

No DVD do Episódio II de Star Wars temos o maravilhoso “R2D2 – Beneath the Dome”, um “mockumentary” contando a ascenção e queda da lata de lixo mais famosa da ficção científica.

O filme “A Soma de Todos Os Medos” foi além de um excelente trailler, palco da melhor trilha de comentários que já vi até hoje. Tom Clancy e o Diretor fazer a festa, criando um material de entretenimento de primeira.

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Family Guy também tem podcast

Algumas séries hoje apresentam documentários de produção, Galactica tem um Videoblog, o blog do Produtor / Autor Ronald Moore e os podcasts. O detalhe é que os podcasts são produzidos como uma trilha de comentários. Um sinal de áudio indica quando você deve dar play no seu iPod / AVI / Tivo / Videocassete. Os comentários são sincronizados e em teoria relevantes à cena que estiver passando.

Poderiam perfeitamente esperar o lançamento dos DVDs, mas o ganho em fidelização (mais o fator WOW!) é imenso.

Outra série que segue a mesma linha é Family Guy. Family Guy. Os podcasts também são sincronizados com os episódios, mas como é um desenho animado, são mais curtos. Excelentes para um ipod Video ou um PDA.

Antigamente assistíamos um episódio e pronto, acabou. Hoje a experiência continua. Comentamos online com outros fãs, acompanhamos a produção através de blogs, vídeos e podcasts, escrevemos fanfic e disponibilizamos para outros, externamos nossas opiniões em blogs (Galactica precisa de pôneis, lindos pôneis!)…

A vida dos produtores hoje melhorou muito. Não precisam mais depender de pesquisas filtradas pelo marketing, que nem sempre sabe fazer as perguntas certas. O contato é direto, tanto espontâneo quando indireto. Um roteirista interessado pode e procura feedback nos fóruns e listas. O próprio Tom Clancy está pela Rede desde os tempos da America Online. Neil Gaiman, autor de Sandman, Deuses Americanos e Harry Potter Livros de Magia capricha no site, com posts diários. Mais contato com os fãs significa mais feedback, um material mais afinado com o que querem ler/ouvir/assistir, e acima de tudo, o tapinha nas costas que dependendo do dia vale mais do que dinheiro.

Não que eu queira que vocês parem de clicar nos banners do site, mas o comentário às vezes vale mais do que o clique. Seja para mim, seja para o Gaiman.

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