Elas não têm a menor graça, ninguém fala delas, só de seus resultados, funcionam mas na base de experiência pessoal e na verdade ninguém gosta de compartilhá-las.
Mesmo uma criatura adepta do bom humor (não confundir com bom-mocismo) como eu tem que admitir: tags engraçadinhas não funcionam. E estou falando sério.
Estou com um blog novo, ainda em fase quase célula-tronco. Com tags do Technorati, colocadas de forma objetiva, prática e relevante. Resultado? Várias visitas e links no ranking.
Sei que é difícil resistir a algo tão livre quanto um campo de entrada de tags, mas pergunte-se: você está colocando tags para seu divertimento ou para que outros usuários achem seu artigo? Você acredita em tags?
Um exemplo: Linkar todos os posts sobre o Lula com a tag “DéspostaCachaceiro” ajuda quem está fazendo uma pesquisa séria? Escrever “M$” ao invés de “Microsoft” em uma tag faz alguma coisa além de limitar a audiência a fanboys que escrevem “M$”?
Seu post ganharia mais visitas E ranking se, caso falasse da matéria de Larry Rother no NY Times, incluísse a tag “Alcoolismo”. Mais chata, mais sisuda, mas tende a atrair uma audiência mais qualificada.
Deixe o grosso das brincadeiras para o corpo do texto. É possível escrever de forma irreverente, passar a informação e ser corretamente indexado. Basta não tratar as tags como playground.
Tags engraçadinhas têm alguns problemas principais:
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São únicas – isso quer dizer que mesmo que apareçam em uma nuvem de tags, aparecerão com o menor corpo de letra possível. Você não quer tags visíveis somente com microscópios, quer?
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Ninguém as digitará. Quanta gente já procurou por “vendraminiofilia” no Google, Technorati, Delicious ou Flickr? Funciona como gracinha mas se resume a isso. Uma palavra “alienígena” no meio de outras tags.
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Não sei quantas tags por post os sites indexam. Imagino que não sejam muitas, dado o abuso. Se você coloca 50 tags por artigo, mesmo que uma em dez seja engraçadinha, as chances ainda são grandes de que elas não sejam sequer consideradas pelo sistema.
Assim, tente deixar as gracinhas para o corpo do texto, mantenha as tags sempre objetivas. Mas não sempre. Com você pode perceber por este texto, eu quebro minhas próprias regras de vez em quando.
Afinal, como disse a enfermeira do enema antes de ligar o compressor, “É um pouquinho só, nem dói.”.