Como Matar Fontes e Desestimular Amigos

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Dizem que não citar a fonte é um dos piores crimes que um blogueiro pode cometer. Eu concordo, mas há um agravante, e ocorre muito: É o blogueiro narcisista que entende seu blog como o único local útil da Internet e assim recusa-se a linkar ou reconhecer publicamente a contribuição de quem quer que seja. Principalmente dos amigos.

Uma grande fonte de pautas para um blog são seus amigos. Eles irão mandar informações curiosas, dicas de posts, imagens, notícias que são exatamente seu perfil e muito mais. Mesmo os que são blogueiros não irão encarar você como competição, passarão posts que eles não estão com tempo para fazer, ou não combinam com seus blogs.

Muitos ficarão surpresos com links de agradecimento, como outros blogueiros ficam quando são citados como origem de um artigo. Eles continuarão a fazer isso, a menos que você seja um blogueiro predador, com ego nas alturas, achando que ninguém é bom o bastante para merecer a honra de um link seu, exceto o Iluminado da Semana, que será mais linkado do que eu comento a Luciana Vendramini nos meus blogs.

O resultado é que seus amigos perderão a vontade de enviar contribuições, além de começar a duvidar de seu caráter. Blog, afinal, é uma coisa muito efêmera, e no Brasil, absolutamente irrelevante no Contexto Geral Das Coisas. “Sou o Maior Blogueiro do Brasl” não vai te garantir nem figuração no Globo Rural, que dirá abertura com as meninas de Malhação.

Eu tenho uma boa lista de amigos que contribuem com meus blogs. Alguns, como o GG, chegam a disponibilizar o Del.icio.us para agilizar o envio de links. O Cobra está todo dia sugerindo temas. O London, que nem blog tem, é quase um correspondente do site, já passou uma penca de notícias interessantes. Teria enviado todas elas se eu sequer reconhecesse sua existência?

Um exemplo didático de como não dói reconhecer a origem de um texto, e como o responsável por esta muitas vezes fica lisonjeado e assustado com o reconhecimento é este post no Blog do Janio, incluindo os comentários.

Isso não é simples troca de links, não é networking nem discurso de ética pseudojornalística, é consideração. Trate seus amigos como competidores e inimigos, e logo eles o serão. Links, embora isso seja contra o bom-senso, agregam, não dispersam. Reconhecimento da contribuição de terceiros também não depõe contra sua pessoa. Por mais megalomaníaco que alguém seja, não dá para visitar TODOS os sites, sempre aparecerá algo que você não viu. Acredite, eu tentei, fracassei e agora só esperando o Quickening.

Ontem mesmo descobri que um artigo meu no MeioBit foi usado como fonte para uma matéria na Info. A fonte? O “INCONVENIENTE”, um leitor assíduo do MeioBit e visitante eventual deste site, que faz juz ao nome, mas ao mesmo tempo contribúi o bastante para não poder ser chamado de troll. Ele não tem site, não tem blog e a Info é, teoricamente, leitura obrigatória. Poderia eu ter apagado seu comentário e escrito um outro post louvando minha nossa capacidade e qualidade técnica, mas o que ganharíamos com isso? Meu ego é frágil o bastante para não permitir um “obrigado, Inconveniente”?

Diminúi a qualidade do texto citado, não ter sido eu a encontrar a referência da Info? Vou cortar os pulsos para não reconhecer que há gente que visita sites que eu não conheço e consegue informação que não tenho? Cartas para a Redação…

Quando eu vejo uma informação que passei de bom grado a alguém de meu círculo ser usada em um blog sem qualquer menção a mim, me sinto apunhalado. A impressão é: “Para quê me dei ao trabalho?” e perco um pouquinho da fé no autor. Duas ou três, e o site vai para minha lista de sites banidos, pois sites tão perfeitos e acabados não precisam de minhas humildes contribuições.

De alguma foma, sinto que não sou o único.


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