A Stalinização da Internet – ou: Cardoso deu na Wikipedia

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stalin.jpgUm espectro ronda a Internet, é o espectro do coletivismo. Esse leviatã, composto por milhares e milhares de egos dita suas próprias regras, vive segundo suas próprias leis e é o fim do indivíduo como o conhecemos.

Os projetos comunitários, como a Wikipedia e os projetos Open Source estão deixando de ser excelentes ferramentas de socialização para virarem clubes fechados, não só refratários a críticas mas ativos em tentar destruir tudo e todos que se manifestam em termos menos que ufanistas em relação a eles.

Não é mais sequer permitido você dizer que não gosta de algo, os projetos comunitários criaram uma estratégia de rejeição de críticas que seria cômica, se não trágica.

Recentemente meu artigo onde demonstro a falta de conteúdo da Wikipédia em português foi invadido por um bando de wikiotas que decidiram que a melhor forma de refutar meus argumentos era atacar minha pessoa.

Agora um desses wikiotas se deu ao trabalho de criar uma entrada na Wikipédia com o nome de Contraditorium, somente para atacar este blog e principalmente, minha pessoa. Quer saber? EU ADOREI. Eu sou fã da Luciana Vendramini, mas nem por isso venci a preguiça e escrevi uma entrada sobre ela. Para o sujeito se dar ao trabalho, deve realmente se importar comigo.

Eu agradeço, caro tubérculo. Você simplesmente provou o que eu estava dizendo, que projetos comunitários sem uma estrutura hierárquica rígida, estão fadados ao fracasso, por causa de idiotas como você. Idiotas como eu dizem “eu não acesso a wikipedia”, e pronto. Ninguém morreu, quem acessa e gosta não concorda, pronto. Não estou levantando bandeiras. Jimmy Wales, próprio criador da Wikipedia alertou para ela não ser usada como única fonte de pesquisa.

Mas idiotas como você, põe tudo a perder. Sério. Afinal, quem pode levar a sério um projeto que atrái e dá espaço a gente que escreve coisas como:

wikipedia.JPG
Nota: O artigo não está mais marcado para ser apagado,
pelo visto a tal auto-gestão da Wikipedia não é tão isenta assim.

Uma transcrição do texto do wikipedista…

Contraditorium é host que hospedou o blog de um idiota: “Estou boicotando a internet”

Ele critica o que as pessoas podem ou não colocar na Wikipedia, como se ele fosse a pessoa mais culta da face da terra. Mesmo com comentários pertinentes sobre a necessidade de correções ele peca no básico:

Achar que ele sabe o que é certo e errado.

Eu uso a Wikipedia? Não, mas por acaso encontrei seu blog ao navegar e senti tanta pena de você.

Uma pessoa com capacidade suficiente pra denominar o que está certo ou não, não perderia seu ilustre tempo argumentando em um blog a contradição da Wikipedia.

Realmente para um ser que se julga tão culto você é um inútil.

Agora faça seu lindo trabalho de copiar o real significado de “Contraditorium” na Wikipedia inglesa, traduzir e trocar aqui. Acho que dessa forma você se sentirá melhor.

PS: Quem mais quer provar cultura e aparecer é você. Procurar Asimov na Wikipedia? Você ficou testando assuntos incomuns pra provar? Por favor, uma pessoa que buscaria as Três Leis da Robótica normalmente não estaria na Wikipedia, a não ser você né, pra provar pra você mesmo que sabe.

PS2: Algo presta no seu blog, o cão. Lindo. Parabéns.

Reproduzo aqui pois espero que logo algum dos editores vai remover esse ataque, pois convenhamos, ele atinge muito mais a wikipedia do que a mim. A você, realmente não atinge, tubérculos que consideram Isaac Asimov um assunto incomum são imunes a críticas. Aliás, eu sou melhor que você, pois quando editei o artigo colocando os links, para que as pessoas tivessem noção do que você estava falando, você prontamente os removeu. Muito bom, wikipedista.

PS: Caro tubérculo, o termo “Contraditorium” foi inventado por mim, ele não existe na Wikipedia em inglês. Podia ter se dado ao trabalho de pesquisar, antes de sofrer mais esta humilhação.

Aqui, o texto que acrescentei ao seu:

Aqui é o autor do texto “Estou boicotando a wikipedia brasileira“, e dono do Contraditorium. Esse tipo de post, e o comentário que o autor da entrada acima colocou em meu blog é a prova viva de tudo que eu disse. Obrigado, caro anônimo. QED, a Wikipedia lusoparlante (prefiro brasileira, visto que a maioria dos trolls não é portuguesa) não tem maturidade.

Alguns vão dizer que é um caso extremo, mas é só um bucha de canhão, fazendo o trabalho sujo sugerido em alguns dos comentários do texto. Felizmente a maioria se resumiu a me xingar.

Dos que se deram ao trabalho de retrucar, entre várias desculpas usadas para explicar a má qualidade demonstrada por mim, percebi alguns padrões que servem para a maioria dos projetos. Vejamos:

Se você acha o conteúdo incompleto ou falho, vá lá e conserte, não reclame.
Perfeito, toda autorizada da FIAT agora ao invés de mecânicos terá atendentes com caixas de ferramenta, quando o usuário chegar com uma queixa, receberá um calaboca e a caixa.

Não é assim que a banda toca, para editar um verbete que acho incompleto eu preciso de tempo e conhecimento sobre o assunto. Algumas pessoas querem apenas a informação, e não fazer parte de algum projeto grandioso. Nem todo mundo é professor aposentado cujo passatempo é gerenciar 10000 verbetes. Alguns aliás não precisam disso para manter o ego em dia.

A wikipedia não está completa por ser um trabalho em andamento.
Perfeito, então não lancem. Imagine se eu comprar a Britannica e descobrir que só tenho volumes até a letra J. “desculpe, é um trabalho em andamento, não chegamos no H ainda”. Ou um produto está pronto para o consumo ou não está. Não sou beta tester de ninguém.

Ao preferir a wikipedia em inglês você está desprestigiando nossa língua.
Não, quem desprestigia nossa língua é quem acha que um artigo de 3 parágrafos é tão completo quanto um de 4 páginas. Além do mais eu não ganho para falar português. Ganho para produzir e rotear informação, informação essa que se existe em uma outra língua que eu entenda, tanto melhor.

Ao ficar apontando bugs você enfraquece o produto.
Isso foi levado ao extremo quando sugeriram que blogs que não falassem exclusivamente bem do Linux fossem ativamente perseguidos e censurados. É a típica atitude autoritária do stalinismo nato que parece infestar a américa latina.

Não gostou, faça melhor, do contrário fique quieto
Foi-me sugerido, quando demonstrei que havia muita coisa mal-contada no projeto do site Overmundo (aquela cópia do Digg) que eu deveria fazer um projeto igual, ao invés de apontar os erros deles. É uma atitude comum também, mas não é acompanhada do outro lado, que seria: “gostou? Então também fique quieto”. Então, se resume a “só queremos ouvir elogios”.

Essa atitude inviabiliza a profissão de crítico, juiz, Marchand e todo mundo que tenha que dar uma opinião sobre algo, e a mesma possa ser negativa.

Como o Geek #1 da Frota Estelar, Wil Wheathon disse, quando a sabedoria das multidões se transforma na tirania das turbas, isso reflete muito mal em todos nós. Já dizia o sábio Vicente Matheus, quem está na chuva é pra se queimar. Se você quer fazer um projeto público, esteja preparado para críticas. Ou então, publique um livro usando pseudônimo e não leia nada que escreverem sobre ele. Mesmo assim, eu prefiro e recomendo que você se exponha. Aceitar críticas não quer dizer necessariamente abrir mão de opinião, quer dizer respeitar o direito de alguém discordar de você, sem varrer essa oposição para debaixo do tapete. Respeitadas as regras de educação e civilidade, claro.

Não é difícil, quem olhar os ataques publicados em meu blog no artigo sobre a Wikipedia, verá que até um idiota como eu consegue aceitar críticas publicamente.

No final, deixo a pergunta: Quem é mais prejudicial à Wikipedia, eu que sequer a uso ou um idiota que a vandaliza para provar o quanto eu estava errado?



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