Blogs-Propaganda que você lê e gosta

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Aqui no Brasil o sujeito abre o jornal, lê “o futuro está nos blogs” e decide: Precisamos de um em nossa empresa. Só que, claro, acaba montando um blog que na verdade é uma mistura de catálogo de vendas e press release.

Outras fazem direito. Contratam jornalistas-responsáveis ( hífens são importante),  familiarizam os mesmos com a empresa, disponibilizam vários e vários canais, dando liberdade para que o blog seja não uma vitrine, mas uma janela.

Mesmo assim, por mais interessante que o dia-a-dia da empresa seja, a não ser que faça algo do gênero do Seymore Butts em seu reality show Family Business, não terá hordas e hordas de visitantes. Se você é um profissional liberal, fica mais complicado ainda. Pode até ter um blog pessoal de sucesso, mas falar de seu dia-a-dia é muito, muito complicado, Há toneladas de questões éticas, ainda mais discutindo casos em andamento.

Por isso mesmo os blogs corporativos populares falam de muito mais do que o dia-a-dia da empresa.

Nos blogs intermediários, entre os corporativos e pessoais, temos o Direito e Trabalho, um raro exemplo nacional de um tema árido bem apresentado, partindo sempre do exemplo para a interpretação da situação, nunca seguindo o modelo didático-maçante de citar código atrás de código. Mesmo assim, achar novos temas é complicado.

Claro, há outras opções. Julie Elgar é uma advogada especializada em Direito do Trabalho e Recursos Humanos, do site HRHERO.COM. Não exatamente uma área excitante para se blogar. Leitura de autos não deve gerar lá muito trackback.

Só que ela está recebendo milhares de visitas, no blog “That´s what she said“. Mostrando exatamente seu trabalho. Como?

Simples: Ela está analizando os episódios da série “The Office” sob o ponto de vista de uma advogada, inclusive com uma estimativa da indenização conseguida em cada caso.

Já tive altas discussões com um amigo meu, comparando o sistema judicial americano ao brasileiro, e vendo casos de seriados como Lei e Ordem sob a nossa óptica. Foram papos excelentes.

É uma forma de suprir o interesse popular por séries e filmes e ao mesmo tempo demonstrar seus conhecimentos profissionais. Fãs adoram ter suas séries dissecadas por especialistas, desde que esses especialistas não sejam chatos carrancudos que só tiram prazer em destruir os mitos.

Já vi blogs que se propunham a dar uma visão profissional de uma série, mas caíam em alguma classificação entre a inveja e o despeito. “House é melhor que eu então vou detoná-lo”, ou “Como esses policiais do NYPD Blues pegam tanta mulher? Vou falar mal”.

Isso não é legal. Fãs aceitam críticas, mas existe uma diferença entre você dizer que os exames de DNA em CSI existem, só são caros e demorados, e dizer que “pura mentira, aqui no IML do Rio não tem nada disso”.

Um fã que escolha uma ou duas séries em sua área profissional e transforme isso em um blog pode ter muita audiência. Se for competente, ao menos como blogueiro, irá popularizar sua imagem profissional.

A TV por assinatura é um prato cheio, médicos podem falar sobre ER, Scrubs, House, Gray´s Anatomy, Advogados podem falar sobre Lei e Ordem e suas 241 variantes, policiais podem falar de séries como NYPD Blues, The Shield, Homicide, o pessoal de informática pode falar sobre Numb3rs, e por aí vai.

Extrapolando para o cinema, temos uma fonte quase infinita de temas. Imaginem que legal um blog de um contrabandista de armamento, falando sobre o Senhor das Armas, com o Nicholas Cage?


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