Blogs são as novas filmadoras

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Se tem algo que não sinto falta é da minha filmadora. Eu tinha uma JVC, formato VHS-C, que acompanhou muitas viagens. Em algumas foi bastante usada, em outras nem saiu da mala.

As últimas eram sempre as melhores.

É que nem esses vídeos de sexo estilo Paris Hilton, Pamela Anderson, etc. OK, pra quem está de fora é interessante, mas o autor da mesma tem que transar com uma só mão.

Algumas vezes é melhor deixar a câmera de lado e só aproveitar.

Na BarCamp eu percebi que se fosse cobrir o evento como havia planejado, não iria aproveitar nada. Pior, teria uma visão superficial de tudo. Acabaria passando uma visão limitada do evento, dos envolvidos.

Viajando no último final de semana tentei ficar online o mínimo possível. Queria experimentar qual o limite. Vi que era possível, se necessário, mandar notícias direto do celular, mas como disse São Paulo, tudo posso, mas nem tudo me convém.  Ficar anotando e escrevendo posts todo o tempo seria um belo desperdício de paisagem.

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Veja bem: O que é melhor: Escrever um post ou aproveitar uma capirinha de Rum no Gaivotas, com uma vista dessas?

A parte cruel é que esse tipo de ambiente, sem stress é um estímulo e tanto. Assim fiquei na situação ruim de ter que jogar fora um monte de boas idéias, ou fazer algo a respeito.

Eu não funciono com anotações curtas. Se eu tiver uma idéia genial, “casal de adolescentes em Florença” não lembrarei mais que isso, pois com certeza terei outras idéias, no decorrer do dia. Assim precisava de uma alternativa. Blocos, nem pensar. Guardanapos? Faça-me o favor. Transcrever texto é horrível. Ainda mais com minha letra. Se alguém quer acabar comigo, consiga uma prova do Colégio Santo Antônio, em Duque de Caxias, com meus garranchos. Portanto, meios arcaicos estavam fora de questão. Assim como coisas elaboradas, tipo notebooks, PDAs e outros dispositivos, até por ter trauma. Como alguns sabem meu PDA mais amado, o Sony Clié 710c foi assassinado cruelmente, afogado em chopp por uma das responsáveis pelo aquecimento global. Portanto fiquei com o celular, o fiel 6600.

O ideal seria iniciar um texto, e ir até onde tivesse certeza de que poderia prosseguir.  Nisso o celular foi excelente. Com um pouco de prática dá para escrever (relativamente) muito rápido no T9 do Symbian. Em alguns casos um ou dois parágrafos eram suficientes, em outros eu ficava com vontade de continuar, e terminava o texto inteiro quase. Mesmo assim foi uma bênção para meu déficit de atenção. É fácil alternar entre vários textos, adicionar uma frase aqui, apagar uma palavra ali. Usando uma só mão. E sem o risco de ser visto com o notebook na praia.

Mantendo esse ritmo é possível aproveitar o dia, a paisagem, a viagem, e não negligenciar o blog. Pois mais importante que postar todo dia, é postar decentemente. Até porque blog ruim com atualização diária, há aos montes.

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