Na Internet eu sou mais eu. Ou você.

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Eu digo e repito: Aqui dentro, vale o talento. Você pode ter dinheiro, pode espalhar anúncios via AdWords no mundo inteiro, mas seu sitezinho vagabundo não vai ser visitado depois que a campanha acabar, se não tiver conteúdo. A audiência inercial é um fenômeno que mesmo no Mundo Real é superestimava, a Globo que o diga, quando Pantanal roubou audiência direto, mesmo competindo com o horário nobre da vênus platinada.

Aqui na Internet, onde não há fidelidade nenhuma, o visitante está pouco se lixando para quem está por trás de uma iniciativa de marketing, um site, um produto. Ele quer clicar, ler, olhar, se admirar, gostar, e então, somente então espalhará.

Se o produto for ruim, nem apelando para campanhas de posts pagos em blogs populares adianta. Você pode (e deve!) pagar (bem, de preferência) a um blogueiro conhecido para que ele divulgue seu produto, mas feito isso, você não tem como fazer com que os outros blogueiros repliquem o link. Eles o farão, se gostarem do conteúdo. Só que produzir conteúdo de qualidade é muito, muito mais complicado do que “comprar espaço de mídia”. As agências estão perdidas quanto a isso. A veiculação de posts pagos é uma admissão de culpa, pois o blogueiro se traveste de dupla de criação.

Nada pessoal, mas nós conhecemos muito mais do nosso público, como interagir com ele, do que qualquer redator trancado em uma sala na Augusta. E se isso não fosse preferível, as agências usariam o AdSense, que é muito mais barato que posts pagos.

Em busca de conteúdo criativo, tem gente se perdendo, e feio. O tal “marketing viral” é loteria. Quem disser que sabe o que vai ou não vai virar viral está MENTINDO. Você pode até ter uma boa idéia, mas continua sendo feeling, e como não canso de repetir, nas palavras de Nizan Guanaes, só quem ganhou dinheiro com Feelings no Brasil foi Morris Albert.

Vejam por exemplo o vídeo abaixo, que achei no excelente Sim, Viral:

Um milhão de Post-Its, bla bla bla, 96.316 frames, bla bla bla, e um filme fraquinho, fraquinho. Total de visualizações até o momento? 1.697. Depois de mais de 2 meses de campanha no ar.

Meu vídeo filmado da televisão, com o Assessor do Lula fazendo top-top? Até o momento, visualizado 6.650 vezes.

E garanto que o tal vídeo da empresa de celular africana passou na TV, teve chamadas no site, em revistas, devem ter enchido as revistas do pais de releases sobre o trabalho, com making-of, etc.

Antes que alguém ache que estou me exibindo, 6.000 visualizações no YouTube não é NADA. É insignificante, irrelevante. O que só torna pior o fracasso da campanha viral.

Qual a lição que tiro disso tudo? Simples: Boas idéias independem de dinheiro. Você pode ter uma excelente idéia que custará nada ou quase, pode ter uma excelente idéia que custará uma fortuna, mas uma fortuna não salvará uma idéia ruim.

E mais: Ser mediano, ser “legalzinho” na Internet é a morte. Temos milhões, milhões de sites, blogs, vídeos. Uma campanha “é, está legalzinho”, uma campanha “correta”, que se safa na mídia tradicional não se safa na mídia online.

A única forma de um vídeo do YouTube se tornar conhecido ainda é a replicação via blogs. Se você anunciar no horário nobre da Globo, terá uma enorme audiência, que em 3 dias tenderá a zero. Já divulgado em blogs, o efeito viral é muito mais acentuado. Só que pra isso o vídeo tem que chamar a atenção de um sujeito que vê vídeos curiosos, engraçados, interessantes, o dia inteiro. Não existe mais aquilo de contentar-se com agradar parte dos espectadores. Você tem que agradar o espectador mais exigente, e de primeira. Senão ele não passará sua mensagem adiante, e você ficará com goiabas iguais a este vídeo da SuperBonder, na Internet coisa de mais de ano, e com 2400 visualizações.

Ganhou um Leão de Bronze em Cannes. Opinião do espectador? “grandes merda”. Opinião deste blogueiro? Contratem bloggers como consultores. No bom sentido da palavra, discutam idéias das campanhas, escutem quem conhece o público, antes de perderem tempo e dinheiro atirando no escuro. Não tentem achar que entendem de Internet como a gente. Não entendem. Vide o filme da mulher do sanduiche-iche-iche que foi chamada para uma campanha publicitária e acabou protagonizando o comercial mais chato do planeta, ou o picareta que disse ser o Tourist Guy, coisa que qualquer pesquisa de 5 minutos online provaria ser mentira, mas quando se viu o mentiroso já estava até no Jô Soares dando entrevista.

Vamos trocar experiências, será muito mais produtivo do que reinventar um monte de rodas.


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