Dona mãe da Eloá, faça o favor de devolver meu dinheiro

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De todos os vícios sociais do brasileiro talvez o pior seja querer aparecer bem na fita, SEMPRE. Todo mundo tem sempre que ser bonzinho. Os outros, tudo bem. O pessoal adora quando eu desço a lenha no Tabet (aliás 22/10 foi aniversário da invenção da Xerox, parabéns pela data) e vivem querendo que eu me pegue com o MrManson (com a Mírian ninguém incentiva. Tá bom.) E não gostam quando digo que sou esperto demais pra entrar em um embate com o Manson, não sou jornalista piauiense.

Quando é com a própria pessoa toda a sede de sangue some, ao menos em público. Mesmo casos onde os sentimentos instintivos de raiva, vingança, ódio cego são justificados não são aceitos nem respeitados. Quer ver o pai da tal Eloá virar vilão? Não é nem por estar foragido depois de ter se envolvido em vários homicídios. Isso a população perdoa. O que a população não perdoa é se ele aparecer na televisão e falar do pobre Limdemberg:

Eu vou matar esse filho da puta!

Vai chover de gente criticando o sujeito. Os abutres dos Direitos Humanos (que em nenhum momento apareceu para se oferecer no lugar da Nayara, Narjara, sei lá) cairiam em cima, um sociólogo diria que violência só gera mais violência (como se o Pai da Eloá fosse virar o Dexter por livrar o mundo de um psicopata) e padres diriam que a solução seria rezar pela alma do pobre Lindy. Todos juntos nessa corrente pra frente rezando também pela linda Eloá, enorme incomensurável tragédia, não importa que nos 4 dias que durou a tragédia tenham morrido 61.3691 crianças menores de 5 anos no mundo. Metade, de inanição. Que se dane, deviam ser quase todas marronzinhas, não é?

 

Ah, não esqueçam as Assistentes Sociais de Botequim dizendo que cadeia é uma coisa ruim (oh d’oh!!!) e que é punição, que cadeia deveria reeducar. EM NENHUM LUGAR DO MUNDO ISSO EXISTE. Não HÁ reeducação, o sujeito SABE que está ali porque fez merda e se não quiser voltar, não faça mais merda. Crianças de 5 anos entendem essa lógica. Não há nenhuma complexidade nesse raciocínio.

Mas não. Todo mundo tem que posar de bonzinho, mesmo a mãe-cúmplice da Eloá, que foi co-responsável pela morte da filha, ao deixar que uma menina de 12 anos namore com um pedófilo (lá se vai meu AdSense) de 19 anos. Eu DUVIDO que essa mulher por dentro não esteja odiando com todas as forças o sujeito. Isso é genético, toda mãe está programada para proteger e zelar pela cria, exceto mamães-psicopatas que afogam os filhos em lagos, mas isso é outra história.

Aqui as convenções sociais da realidade brasileira, afogada de culpa católica (nem isso aprenderam com os judeus. Eles inventaram a culpa mas não para uso próprio) a mulher tem que abrir mão de seus instintos mais básicos e declarar:

“Eu consigo perdoar o Lindemberg, de todo o meu coração, mas que a justiça seja feita. Eu sei que ela está com Deus e eu estou feliz”

OK, dona Ana Cristina, então façamos o seguinte:

1 – A senhora por favor devolva aos cofres públicos TODO o dinheiro gasto na operação de cerco. Peça desculpas ao GATE por ter prejudicado a imagem da corporação envolvendo-a em um assunto que não lhes dizia respeito. Explique que não era caso de polícia. Melhor ainda, devolva o dinheiro diretamente aos contribuintes. Eu passo em média uma semana por mês em São Paulo, tenho direito a um percentual do bolo. Contato por email para a conta de depósito.

2 – Escreva uma carta ao Governador do Estado de São Paulo pedindo para que todas as acusações sejam retiradas e que o Jovem Limdemberg seja solto. Como mãe da vítima, se a senhora o perdoou, quem é um Juiz estranho para contrariar seu desejo?

 

Após isso eu a parabenizarei por seus princípios cristãos, e verei que a senhora está falando sério, e não apenas fazendo pose de boazinha.

De resto, sobre sua declaração:

Minha filha está muito feliz. Ela deu a vida a essas pessoas. Talvez Deus tenha feito isso para dar a vida a elas

Sua filha não está feliz. Está morta. Ela morreu nas mãos de um psicopata. Ponto final. E se matar de forma estúpida uma garota de 15 anos é a melhor forma de conseguir órgãos para doação, lamento informar mas esse seu Deus é mais psicopata do que o Limdemberg.

Claro, vão me atacar por este post, vão chamar de insensível, sem Jesus no coração. Quer saber? Preemptivamente, FODAM-SE os que reclamarem. Bando de hipócritas adestrados para chorar e se indignar diante de tudo que a TV manda.  Eu não estou nem aí para a Eloá, e você também deveria. Sabe porquê? Porque se você se indignar com a Eloá terá que se indignar mais ainda pela Tamires Azevedo de Freitas e pela Erlândia Santos Rodrigues.

Não conhece? Eu ajudo. A Tamires é estudante, 18 anos, estava grávida quando foi atropelada por um imbecil de 17 anos, em Niterói. Já a Erlândia morava em Vera Cruz, a 42Km de Porto Seguro. Tinha 13 anos, mas isso não impediu que fosse estuprada e morta covardemente.

“Os familiares da menina estão chocados. Eles disseram que Erlândia não tinha namorado e costumava sair mais nos finais de semana. “Ela só andava sozinha. Não tinha má companhia”, disse o avô, Odílio Ribeiro de Souza, 68”

Balança kármica por balança kármica, eu acho que uma menina de 13 anos sem namorado que não tinha má companhia terminar estuprada e morta é muito mais chocante e digno de preocupação do que uma de 15 namorada de bandido desde os 12 anos. Mas a Erlândia era pobre, tinha nome de pobre e não apareceu na televisão, então que se rale.

 

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Dados:

1 – 5,6 milhões de crianças entre 1 e 5 anos mortas por ano no mundo. Metade por subnutrição. Fonte: UNICEF



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