Brüno – incrivelmente não é um filme gay

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Do mesmo Criador de Borat, Brüno é um estilista austríaco fã de Hitler e muito, muito, muitíssimo viado. Seguindo a mesma linha do filme anterior uma história falsa é apresentada e o personagem é mostrado viajando pelos Estados Unidos vivendo situações engraçadas com uma turminha do barulho na maior adrenalina!

OK, finda a resenha merda que as distribuidoras adoram, pois os leitores idiotas conseguem entender e são assim induzido a ver o filme, vou explicar porque Brüno é genial e foi o filme que mais me fez rir em muitos anos:

O mundo será dividido entre os que amarão e os que odiarão Brüno. Não é possível gostar só um pouco, ou mesmo desgostar mais ou menos.

Brüno é genial em seus radicalismo e por isso desperará as mais fortes reações. Nas pessoas realmente inteligentes essa reação será o riso.

Muita gente que se acha bem-resolvida descobrirá que está desconfortável na cadeira. Brüno é um Christian Pior, um Lafond,  uma Rogéria, um Elton John, um Freddie Mercury. Brüno é tudo isso mas ao contrário dos gays da tv, faz sexo.

Embora superficialmente parecido com Borat, Brüno não é melodramático, o que o torna um personagem mais fácil de se gostar. Ao mesmo tempo ultrapassa todos os parâmetros da proverbial bicha louca.

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Não que o personagem seja definido por isso. Não , não. Sacha Baron Cohen é um humorista judeu. Isso significa que seu humor no mínimo é um dos melhores do mundo.

Brüno tem objetivo. Brüno não quer convencer o mundo da superioridade da homoafetividagem. Ele quer ser famoso e só.

Brüno não é um libelo contra a homofobia. Brüno provoca o tempo todo. Mentes limitadas acharão que ele cutuca os caçadores americanos, ao aparecer pelado na barraca de um deles. Mentes mais perceptivas terão a sacada de que a provocação não é com quem está na tela. É com quem está na platéia.

O filme tira o homossexualismo do armário, sem aquela boiolice de Brokeback Mountain, filme quase de arte politicamente correta que todo mundo é obrigado a dizer que gostou.

Brüno faz uma sessão de mímica onde prática sexo oral no fantasma de Millie, do Millie e Vanillie, do começo ao fim. Na frente de um vidente. Nenhum hetero sairá do cinema sem saber muito mais do que gostaria sobre como gays pagam boquete.

Brüno é hilário visualmente E no texto. A sutileza das piadas contrasta com a nueza crua das imagens. Ele é gay e não se desculpa por isso. Na verdade eles não se preocupa. Como uma Parada Gay de um homem só (na verdade nem isso) Brüno Exubera de um lado para outro como se fosse perfeitamente natural usar camisetas transparentes e cuecas de leopardo. Pra ele é. Talvez seja. Não me interessa. Brüno tem TODO o meu apoio e respeito, pois em momento nenhum ele disse que EU tenho que usar cuecas de leopardo, ao contrário da militância gay raivosa que quer ser aceita inferiorizando todos que não praticam a baitolagem para fins não-reprodutivos.

Há (poucas mas memoráveis) cenas de genitália desnuda, como dizem no carnaval, que alguns podem considerar chocante, desconfortável. Não sei se cheguei a considerar, o bilau do Brüno sendo sugado por um aspirador transparente se perdeu depois da chocante e desconfortável cena onde um pastor especializado em “curar” gays tentava explicar como Brüno poderia encontrar Jesus e aí sim se tornar um cidadão de respeito.

Sim, Brüno tem mensagem, e sacaneia outros grupos. Os imbecis de todas as orientações sexuais acharão que Brüno é um achincalhe aos gays, mas o único grupo resolvido do filme SÃO os gays. Mesmo a caricata tentativa de Brüno de se tornar hetero e assim fazer sucesso em Hollywood só será entendida como homofobia se o sujeito não prestar atenção em QUEM ele usa como exemplo de atores hetero de sucesso.

Além dos óbvios religiosos, Brüno mostra o ridículo de outros grupos, como mães de crianças-artistas, celebridades que querem resolver o problema da África adotando todo mundo, famosos atrás de causas para defender em troca de notoriedade, você escolhe.

O final do filme é épico. Quando conseguimos parar para respirar, após a montagem romântica mais estapafúrdia da história do cinema, um clipe IMPOSSÍVEL encerra essa obra-prima do politicamente incorreto inteligente. Paradoxalmente, é um momento kibeloco, que será usado para defender o filme da maiora das acusações imbecis que receberá.

Normalmente só bato palma em cinema quando alguma estação espacial grande o bastante para ser confundida com uma lua é destruída, mas  Brüno me deixou sem opção. Aplaudi mais de uma vez, a ousadia de Sacha Baron Cohen não tem limites. Ele conseguiu extrapolar o humor “errado”, se você imagina piadas escatológicas como as daqueles Todo Mundo Em Pânico, esqueça. Brüno vai bem mais além, mas com contexto, com camadas, humor com pré-requisito.

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Funciona assim: Se você consegue perceber a ironia de um gay fã de Hitler, vai gostar. Se não percebe, Brüno é só um filme de viado e achará uma merda, não vá ver.

O filme estréia dia 14, tem censura 18 anos e não leve seus pais.

Ah sim, antes que algum mané apareça dizendo que o Sacha Baron Cohen é gay e fez o filme para promover a “causa”, ou que por ser gay foi fácil fazer o personagem, gostaria de avisar: Não, não é. Ele é hetero muito bem parado. Enquanto quem reclama cospe no chão e coça o saco para mostrar o quanto é muito mais macho que esse tal de Sacha, ele vai pra casa e consome a Isla Fisher. Faz melhor?

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