Uma das minhas frases que mais causa revolta nos trolls, esses serezinhos patéticos que mendigam atenção, é a clássica “Só reconheço como válidos os rankings que me posicionam bem”. Eles xingam, mimimizam e me acusam de não jogar segundo as regras.
Já o pessoal com mais de 5 neurônios funcionais e que pode usar tesoura de ponta entende que a frase é uma crítica ao modelo de rankings em si. Não há consistência, não há metodologia unificada. Rafinha Bastos ser tratado como perfil mais influente do Twitter é válido? Não, mas eu também não sou, nem mesmo o Obama. Não existe “perfil mais influente”, as pessoas se influenciam por motivos diferentes, não há um influenciador universal.
Claro, ninguém liga pra isso, somos programados para amar rankings, listas, Top 10s, hierarquias, mesmo que não façam sentido.
Como a patética lista “Influenciadores do G20”, que lista a Dilma como um dos perfis de Twitter com mais influência do Brasil. Legal, faria sentido, se ela não estivesse sem tuitar desde 13 de Dezembro de 2010.
Um dos fatores usados no tal ranking da Dilma foi o Klout, que assim como o falecido Technorati se dispõe a rankear e ordenar a Internet. No caso do Klout, pessoas da Internet. Só que há algo de errado quando sua ferramenta não leva em conta 2 anos de ausência.
Na verdade eu não levava o Klout a sério, agora levo, mas não por me rankear bem, sim por estar sendo usado direto, em entrevistas de emprego, seleções de casting e outras mumunhas de Internet.
Eu sei, é patético, mas não sou eu quem faz as regras. Se fosse jamais admitira essa vergonha alheia aqui:
Essa é a Sala Vip da Cathay Pacific Airways no Aeroporto de São Francisco. Quer ter acesso a ela? É fácil, não precisa NEM estar voando pela Cathay, basta ter Klout alto, acima de 40.
Sério. Nas palavras de Dennis Owen, VP de Marketing da empresa:
“A idéia é que qualquer um com um Klout alto vai provavelmente falar de sua vida nas mídias sociais, então teremos um grande influxo de pessoas fazendo check in e tuitando sobre a Cathay Pacific em São Francisco”
40 de Klout? Licencinha então…
Esse meu Klout de 70, mais R$4,00 vale um chope no bar aqui atrás de casa.
Ou melhor, valia. Essa palhaçada de rankings logo logo chega aqui e vão realmente trocar Klout por brindes.
Agora a questão: Adianta ficar brigando? Onde vou chegar bancando o Dom Quixote? Eu devolveria um brinde, um iPad da vida dizendo “não acredito em Klout”? NEM PHODENDO.
Eu vivo esse jogo, portanto mesmo que não concorde com as regras, tenho que jogar. E se essas regras no momento me beneficiam, melhor pra mim. Hipocrisia seria dizer que AGORA as regras fazem sentido.
Não fazem, mas se quiser colaborar e me dar uns pontinhos de Klout, a casa agradece.