O Dia em que a Info me carcou bonito e nem mandou flores

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Existe um termo chamado “Distanciamento Jornalístico” que justifica a clássica pergunta “Mas pq o cinegrafista não largou a câmera e foi ajudar a velhinha se afogando?”. É meio cruel mas tem a ver com profissionalismo, e explica o motivo de muito blogueiro ser barrado em coletivas de imprensa.

Função do jornalista não é opinar durante uma entrevista. Função do jornalista não é xingar o Lula, ou mesmo o Chavez. Pelo menos não enquanto estiver entrevistando. Quer discutir? Monte um talk show.

O famoso slogan do Repórter Esso, “Testemunha Ocular da História” também passa esse distanciamento, mas sendo realista se a História for realmente épica, se você for testemunha vai ser ferrar igualmente. Se for protagonista, babou.

Narrar um furacão do solo pode ser emocionante para quem vê, mas perde-se a perspectiva. Você não sabe o que acontece na rua ao lado. Não dá para testemunhar a História, só pedaços dela. Exceto na Televisão.

Quando os Suspeitos Habituais orquestraram uma tentativa de golpe e conseguiram que o Twitter banisse minha conta (por quase 4 horas) caí em um terrível dilema: Deveria voltar a jogar Battlefield 2 (melhor opção, visto que isso irrita trolls. Sério, apareceu gente criticando até os jogos que gosto) ou continuar escrevendo meus posts pro MeioBit e pro Contraditorium?

O bônus de produtividade não ocorreu. Minutos após o banimento meu MSN pipocava, mais de 2000 mentions no Twitter, suicídios em massa (ok, talvez não) e caos. Um ataque babaca com uma solução corriqueira estava saindo de proporção. Dito isso, só me restou uma alternativa: Capitalizar em cima do fato.

Aí eu vi a bosta que é ser testemunha ocular da História. Eu não conseguia parar para escrever um texto dramático, contundente, inspirador e Humano, narrando meu drama e a Incerteza que tomara conta de minha vida.

Nisso recebo um telefonema da Info. Dois minutinhos, a pergunta mais simples e objetiva possível: “WTF?”. Expliquei o caso e logo depois pimba, estava no ar. Para não ficar explicando toda hora no MSN, passei a dar o link da matéria. No Twitter também fervilhavam RTs do texto da Info.

Assim basicamente eu, blogueiro profissional detentor Da Informação, alvo da notícia, no centro de tudo consegui NÃO monetizar minha Finest Hour, e mesmo minha Volta Triunfante não foi devidamente capitalizada.

Fracassei no hype de mim mesmo, fui derrotado por essa arma velha e obsoleta, mas mortal se bem usada: O telefone. VOZ ainda é a forma mais eficiente de comunicação e o Guilherme Pavarin da Abril soube usá-la.

Ficadika, pra quem só quer fazer jornalismo via e-mail e pros moderninhos que adoram falar que xxx morreu.



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