A Guerra dos Emus

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Os ingleses costumam ser excelentes em guerras. Seguraram as pontas sozinhos contra Hitler por um bom tempo, venceram Napoleão, a Armada Espanhola e até a Argentina, mas eles tem um lado menos bem-sucedido.

Pois é, o Império Britânico perdeu e perdeu feio uma guerra contra… os Emus.

Emus são nativos da Austrália, apesar de não serem venenosos, e viviam sem preocupação com predadores, e por isso existiam aos milhões.  Coisa que os australianos não sabiam, ou mais precisamente os ingleses que emigraram pra lá com o fim da Primeira Guerra Mundial.

A proposta era tentadora, criar uma vida nova em um lugar com clima decente, plantando trigo para vender para o mundo todo. O Governo local prometeu inclusive um monte de incentivos e subsídios, que se você conhece governos, sabe que não apareceram.

Corta pra 1932, fazendas operando no vermelho, preço do trigo no chão, surge no horizonte outro problema: Os emus, ao contrário dos cocos e das andorinhas africanas, são migratórios, mas no meio do caminho deles apareceram um monte de terras aradas com comida e água em abundância.

Os bichos que não eram burros, mas aves, decidiram que era melhor ficar por ali mesmo, só que terrenos arados com plantas e água em abundância também são conhecidos como… plantações.

Os emus começaram a dizimar as colheitas, e os fazendeiros pediram ajuda ao governo.

A solução era matar os emus, e pra isso precisavam de muito poder de fogo. O Ministro da Defesa autorizou e mandou tropas com duas metralhadoras Lewis e 10 mil cartuchos.

No primeiro dia eles avistaram um bando de 50 emus, fora do alcance das armas. Os fazendeiros tentaram tocar os bichos em direção aos soldados, mas no final “talvez uma dúzia”  foram mortos.

Dois dias depois conseguiram achar um bando de 1000 emus indo em direção aos soldados, as duas metralhadoras começaram a atirar mas travaram. Dos 1000 emus, só 12 morreram.

Os bichos simplesmente não colaboravam, corriam, se dispersavam, faziam manobras evasivas, tudo menos ficar parados na frente das armas, como um inimigo ideal deveria fazer.

Depois de 6 dias o exército australiano tinha disparado 2500 tiros e matado… 50 emus.

A imprensa zoava sem dó nem piedade. Políticos sugeriam dar medalhas para os pássaros. Os militares elogiavam… as aves. O Major George Meredith, comandante da operação disse que os Emus enfrentavam as metralhadoras como se tivessem a invulnerabilidade de tanques, eles eram como os Zulus, que não recuavam nem enfrentando balas  dum-dum

Como os ataques dos pássaros continuavam, os fazendeiros pediram que o governo voltasse a combater os emus, e no dia 13 de Novembro de 1932 as tropas voltaram, e conseguiram o incrível número de 40 emus mortos. Dessa vez eles terminaram com 986 aves abatidas com 9860 tiros disparados. Os Stormtroopers australianos precisaram de 10 tiros pra acertar cada uma das aves de até 2 metros de altura.

Essa segunda fase também não durou muito, nos anos seguintes os fazendeiros continuaram a pedir intervenção militar, mas o Governo se recusou. No final os emus foram detidos por duas iniciativas: Os fazendeiros começaram a pagar recompensa pra quem matasse emus, e principalmente, instalaram nas fazendas a tecnologia mais eficiente e implacável para impedir o avanço de uma ave que não voa: Cercas.



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