Blog, assim como sexo, é prazeroso sozinho mas comercialmente tem que envolver mais de um.

drgori_thumb Blog, assim como sexo, é prazeroso sozinho mas comercialmente tem que envolver mais de um.

Cardoso, compenetrado (epa!) visualizando a expansão de seu império.

 

Acompanhando os blogueiros profissionais nos EUA, reparei que quase nenhum tem apenas um blog. Alguns chegam a 15 blogs. O bom-senso nos faz achar que isso é loucura, tomar conta de dez blogs não faz o menor sentido.

Só que todo mundo que sempre viveu baseado no bom-senso e no que “todo mundo sabe” nunca inovou, sempre respeitou demais as regras para ousar quebrá-las. Eu não creio que alguém tenha ficado rico assim. Vamos esquecer o bom-senso, vamos pensar em como adequar uma rotina de trabalho de 40 horas com um modelo de… 10 blogs. Acompanhe, o resultado é surpreendente. Eu mesmo me assustei.

O Post, assim como a baitolice, é um caminho sem volta

VILLAGE_PEOPLE_1_tn O Post, assim como a baitolice, é um caminho sem volta

É comum ver casos onde a gente escreve um post, se arrepende e depois conserta. Acontece todo o tempo. Só que isso é apenas uma ilusão. A Crueldade Natural do Universo, que rege fenômenos como o lado da manteiga caindo para baixo, o sumiço dos táxis na chuva e sua mulher pegar o celular na hora que a estagiária ninfeta liga pra você determina que quanto mais inoportuno o conteúdo do post apagado, mais chances ele tem de existir em outro lugar.

Imagine que você faça um post comparando sua ex a uma vaca (não que eu fizesse isso, sou um gentleman). Tempos depois se arrepende, apaga o post. Tranquilo, não? Caso encerrado.

Uma pinóia. Existem alguns recursos que podem reverter uma página apagada ou mesmo modificada.

Vende-se este blog. Tratar aqui.

vendese%5B10%5D Vende-se este blog. Tratar aqui.
imagem encontrada no blog Os Vigaristas

O problema não é nem quem queira comprar. Os portais vivem atrás de conteúdo, basta um pouco de marketing pessoal, uma boa visitação e os convites aparecem. O problema é outro: O quê você está vendendo?

Se você tem um blog como o MeioBit, onde um grupo variável de autores segue uma linha editorial e há uma “filosofia” que pode ser replicada, é possível precificar esse know-how, colocá-lo no papel e repassá-lo para um comprador. Além de uma marca, você vende a receita do bolo.

Só que a maioria dos blogs não é assim. Blogs como o Contraditorium são obras individuais, vender a marca não faria sentido. Imagine o Jô Soares 11:30 vendido para a Record, sem o Jô Soares. Imaginem o Programa Sílvio Santos sem o Sílvio Santos (ok, o Gugu apresentou por um tempo mas você entendeu).

O blog individual sozinho não funciona como um produto, ele está intimamente atrelado ao dono. Nenhum portal, mesmo no tempo da bolha compraria um blog individual sem o indivíduo.

Quando o crime ficcional dá cadeia de verdade

alice_thumb%5B3%5D Quando o crime ficcional dá cadeia de verdade

Os defensores da liberdade de expressão geralmente assumem que defendem o direito de alguém expressar algo que eles mesmos expressam. Quando o tema não lhes agrada, pedem tranquilamente seu banimento e remoção, como a Fernanda pediu no meu post sobre as teorias conspiratórias do acidente da Gol. A liberdade de expressão termina quando alguém é ofendido. Perfeito, mas como tudo ofende alguém, de alguma maneira, como ficamos?

Para complicar: E quando é um caso de liberdade de expressão onde a expressão expressada é expressamente contrária à visão geral da sociedade? Não me expressei bem? OK, vejamos o caso de Karen Fletcher:

54 anos, moradora da Pennsylvania. Está presa e pode ser condenada a até 5 anos de xilindró. Motivo? Matar, estuprar, abusar, seviciar, barbarizar (lá se vai me AdSense) crianças de nove anos ou menos.

Em ficção.