Celebridades Mercenárias ou modelo de negócios revolucionário?

faxineiro Celebridades Mercenárias ou modelo de negócios revolucionário?

Zack Braff é um ator consagrado. Nunca foi um megastar como Tom Cruise, nunca esteve no primeiro escalão do cinema mas tem uma legião enorme e fiel de fãs. Ele fez de Scrubs um sucesso, Cindy Melissa Katia Patricia Michelle John Dorian ganhou vida e dimensão, a série era uma montanha-russa emocional, a comédia era substituída por drama sem aviso. Quem viu o arco com o Brendan Fraser sabe do que estou falando.

Agora com outros projetos, ele tentou produzir um filme pequeno mas honesto, Wish I Was Here, mas teve dificuldades com financiamento. A saída foi usar o Kickstarter, aquele site onde pessoas apresentam projetos e pedem financiamento coletivo. Ele pediu US$2 milhões, aceitando contribuições de US$1,00 para cima.

Os fãs adoraram, dos 30 dias regulamentares de arrecadação ainda faltam 6 e ele já juntou US$2,67 milhões. Mas não sem controvérsia.

Diário de Classe fazendo escola: Guri gringo cria vídeo denunciando merenda fajuta

kids_thumb Diário de Classe fazendo escola: Guri gringo cria vídeo denunciando merenda fajuta

Ano passado tivemos um raro caso de uma celebridade de internet que ficou famosa sem mostrar a bunda, rebolar, falar sacanagem ou fazer merda. Não que o fato de ter 13 anos a impedisse de fazer essas coisas, o funk é bem inclusivo. Isadora Faber criou a página Diário de Classe, no Facebook, onde denunciava o estado lastimável de sua escola.

Isadora ganhou notoriedade nacional, sofreu retaliação por parte da direção da escola, foi ameaçada de morte e acabou virando objeto de ódio da Internet. Parte desse ódio veio de gente ligada ao PT, incapaz de perceber que há sim problemas na educação básica e mais acostumados com uma política stalinista de não-contestação, xingaram e ameaçaram a menina.

Outro grupo foi a invejosfera. Um monte de gente que nunca produziu nada na vida além de memes idiotas se indignou ao ver uma guria de 13 anos ganhando os holofotes que deveriam (em suas mentes distorcidas) ser deles.

Mesmo assim Isadora continua como um exemplo, e mesmo que seus vários imitadores queiram apenas a “fama” que ela conquistou, acabam sendo úteis, sem perceber.

O modelo de Isadora, claro, não é único, ele é fruto da sociedade de informação dos últimos anos, onde todo mundo é famoso por 15 minutos e gerador de conteúdo 24/7. Só somos testemunhas passivas (ui!) se quisermos, temos as armas para nos tornarmos agentes ativos (coça o saco e cospe no chão) de nossas vidas.