Gafanhotos, Pérolas, Porcos, UNIBAN e Judeus

Muito tempo atrás, em um BBS muito distante uma usuária postou uma dúvida complexa. Estava em um bom dia, então resolvi responder. Escrevi um texto enorme, começando com “seu problema é complicado mas tem solução. Preste atenção, pequeno gafanhoto…”

Foi o suficiente para o SYSOP do BBS receber um email irado, a mulher postar reclamação em público e exigir minha cabeça. “você não pode me desrespeitar assim, não fiz nada para ser chamada de inseto”.

melbrooks Gafanhotos, Pérolas, Porcos, UNIBAN e Judeus

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De vez em quando por puro masoquismo faço citações a Groo, o Errante, excelente quadrinho de Sérgio Aragones. Uma das gags clássicas é quando algum personagem diz “isso é evidente, como qualquer idiota pode ver”  e Groo responde “eu posso ver!”. Adapto para “Qualquer idiota sabe disso. Eu sei disso” ou algo assim.

Em 98% dos casos o sujeito dá piti achando que foi chamado de idiota.

Pior que Ecochato só RespoChato

O Tema desta semana do Palco HSBC é “Responsabilidade”. Estava rendendo um bom texto, até perceber que eu estava sendo tão politicamente correto quanto o objeto de minha crítica.

Outro dia me mandaram um link de uma manifestação pró ou contra alguma coisa. No melhor estilo Vamos Salvar o Mundo das Cáries, petição online, remédio homeopático ou outros recursos igualmente eficientes. A cereja do bolo foi o “Retwuite, se ama o Brasil”.

Não quero esse tipo de responsabilidade. Melhor: Não quero ser responsável por tudo o tempo todo. Desculpem, eu não costumo usar fora do âmbito profissional a expressão, mas “já estava assim quando eu cheguei”.

Eu tenho plena consciência de que não vou mudar o mundo. Aliás, ninguém vai. Eu me recuso a assumir esse tipo de responsabilidade. Não é omissão, apenas não é da minha jurisdição. Isso só me tornaria mais chato do que já sou.