Quis custodiet ipsos custodes? Nós mesmos.

vlcsnap-00006_thumb Quis custodiet ipsos custodes? Nós mesmos.

Se há algo que pegou de surpresa quase todos os autores de ficção científica que criaram distopias totalitaristas foi a Internet. Os futuros tenebrosos previstos sempre dependiam de governos centralizados detentores de toda a Informação.

Você só aprendia o que a escola do Governo ensinava, as notícias todas vinham de uma fonte só e o herói da história em seu grande gesto em geral instigava a população a se revoltar invadindo a TV ou rádio do vilão e repassando sua mensagem de liberdade. Foi assim em V, foi assim em Wall-E.

Foi assim na vida real também, por Séculos. O Vietnã, longe de ter sido uma derrota militar, foi uma derrota contra a mídia. Ao contrário da 2a Guerra Mundial, onde a informação era filtrada e abafada pelo tempo entre os poucos filmes serem liberados pelos militares, levados até os EUA e exibidos no cinema, no Vietnã a televisão passava em poucos dias material do front, muitas vezes sem aprovação oficial.

No total os EUA perderam 58.272 soldados mortos em combate. Os norte-vietnamitas acumularam 1 milhão de mortos. Se isso é uma vitória imagino o que chamam de derrota. Mesmo assim a opinião pública não aceitou e o Governo dos EUA perdeu o poder político para manter a guerra “no ar”.

Dada a política de assinaturas deveriam mudar o nome para Revista Inpho*

 

luddites_thumb Dada a política de assinaturas deveriam mudar o nome para Revista Inpho*No Brasil é comum uma empresa tentar resolver uma redução de lucros causada por uma queda nas vendas aumentando o preço do produto. Assim ao invés de vender 10 unidades de R$10,00, o sujeito que vendia 7 passa a vender 5, por R$20,00.

Manter o lucro é essencial, mesmo diante da catástrofe iminente, por isso vemos casos de agricultores que preferem jogar fora seus produtos a vender abaixo do que consideram aceitável. Perfeito, mas receita ZERO para mim é mais inaceitável ainda.

Quando há alguma grande mudança tecnológica em geral o mundo se divide entre quem abraça a inovação e quem tenta tudo para evitá-la. A velha mídia é especialista na última parte, jornais ainda perdem tempo publicando previsão do tempo, quando qualquer telefone decente traz muito mais informação e muito mais atualizada, mas assustador mesmo é quando o pé firmemente fincado no passado não é de uma New Yorker, uma Gazeta Mercantil, um New York Times, mas de uma… revista de tecnologia.

OK, mais assustador ainda é quando a batida de pé se recusando a aceitar o futuro é algo já tentado… quase três anos atrás. Em 2009 publiquei um artigo mostrando o Newport Daily News, um jornalzinho dos EUA que resolveu combater a crise na mídia impressa cobrando mais caro pela versão digital do que pela versão em papel.

Agora, graças a uma dica via Twitter, descobri que a Info está fazendo o mesmo.